30 de abril de 2018

insanidade

qual o limite da sanidade
posso pular desta corda bamba
cair em um rio de águas amargas
que escorrem pelo meu rosto,
trêmulo e descolorido,
e me perceber flutuando
num looping atemporal
chamada insanidade

28 de abril de 2018

aperto


faz tempo que o tempo não é o mesmo
repara que o sono não repara mais
já não sonho como sonhava antes
os sonhos ainda são seus
mas o abraço agora é aperto
tão justo que dói o peito

27 de abril de 2018

poço

de um poço de culpa
tão fundo, mas tão raso
transbordam lágrimas
tão demasiadamente densas
que à deriva acabo estar

22 de abril de 2018

papel

confinado numa prisão
neste pesadelo de ilusão;
de papel são estas grades
frágeis e delicadas,
talvez sejam apenas
palavras mal contadas.

17 de abril de 2018

derrota

explodem reflexões psicológicas
dilaceradas dentro de mim
eclodem antagonistas mentais
ocupando terras que jamais dominei
épicas batalhas no invisível
eu perdi

13 de abril de 2018

visitas

não tarda noite sem visitas
em sonhos intangíveis
sinto um abraço apertado
desprovido de força
mas capaz de me (des)acordar

10 de abril de 2018

vazio

vazio fica o coração
ao ser encarado como
um rosto penoso
cheio de sentimentos